A chuva que caiu em Santos nos últimos dois dias já equivale à metade do que choveu na Cidade em todo o mês de março. Quem afirma é o engenheiro da Defesa Civil, Luiz Marcos Albino. O índice pluviométrico está muito alto e o solo está encharcado, todos os morros permanecem em estado de atenção.
Segundo a Defesa Civil do Município, foram registradas 66 ocorrências entre a madrugada de segunda-feira e o final da noite desta terça-feira. Os atendimentos envolvem queda de árvores, deslizamentos de terra nos morros, entupimento de drenagem e infiltrações. Nenhuma das ocorrências deixou vítimas ou desabrigados.
De acordo com o Climatempo, a previsão é de chuva até o final da semana nas cidades da Baixada Santista. "As áreas de instabilidade deixadas por uma frente fria são reforçadas pelo excesso de umidade que o vento traz do mar. Por isso, o tempo segue carregado no litoral", explica o meteorologista Marcelo Pinheiro.
A Defesa Civil continuará fazendo vistorias em todas as áreas de morro, que equivale a 7 quilômetros quadrados. A orientação é para que as famílias façam avaliação do local onde moram e chamem as equipes da Defesa Civil para vistoriar.
No Morro do Pacheco, na Praça Lions, dez imóveis permanecem interditados. Por volta das 3h40 de segunda-feira, parte da encosta cedeu e atingiu os fundos do conjunto, localizado entre os números 150 e 157, no Valongo. Cinco famílias (25 pessoas) precisaram deixar as moradias.
No Morro da Penha, houve deslizamento de terra e vegetação, na Rua 1, mas sem
muitos danos materiais. O escorregamento teve consequência até a Rua 13, localizada abaixo da Rua 1, e algumas residências foram atingidas pela lama, mas não houve vítimas ou necessidade de remoção de famílias.
A chuva também provocou o desmonte hidráulico de uma escada d’água existente no Morro do Fontana, na Rua Nossa Senhora do Monte Serrat. A ocorrência resultou num deslizamento de terra que atingiu a Rua São Caetano e na obstrução das caixas de drenagem.
No Morro Nova Cintra, de acordo com Albino, a queda de duas árvores na interligação com a Zona Noroeste, bloqueou o trânsito nesta tarde. A fim de evitar transtornos para quem utiliza a via de acesso, o local que estava interditado, foi liberado rapidamente pela Defesa Civil. As ocorrências foram atendidas às 13 e 17 horas. Não houve feridos.
A Defesa Civil alerta para presença de trincas nas paredes e no solo, principalmente perto de encostas. Nas casas de madeira, a atenção fica por conta de portas e janelas que não fecham. Também é preciso ficar atento a valas com água barrenta, trincas ou rachaduras em pisos e muros. Em caso de perigo, é recomendado deixar a moradia e levar somente os documentos.
Cuidados
Os problemas causados pelas chuvas não se limitam aos deslizamentos de terra e alagamentos. A água suja traz o perigo de contágio de doenças como leptospirose e hepatite A. E depois que as chuvas diminuem, ainda há o aumento considerável de entulhos cheios de água, ideal para a proliferação da dengue.
“Um cuidado básico precisa ser tomado em relação aos alimentos. Muitas frutas e verduras podem ter entrado em contato com a água suja da chuva. A possibilidade de que algum rato tenha urinado nessa água é imensa. Lavar bem o que se come se torna questão de saúde pública”, ensina o coordenador do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Ceará, Ivo Castelo Branco.
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