
A chefe da Vigilância Epidemiológica de São Vicente, Patrícia Cardoso, afirmou que apesar do Município ter confirmado um caso inédito de malária, não deve tomar providência específica quanto a isso.
Segundo ela, esse foi um caso isolado e o que a Cidade tem a fazer é apenas comunicar a todos os prontos-socorros e unidades básicas de saúde. “Todos os casos em que os pacientes apresentem febre e calafrios, e que a pessoa tenha ido para a Mata Atlântica para fazer alguma trilha, vamos pensar em malária também”, completa.
A vítima, o comerciante Alexandre Altrei, de 37 anos, teria contraído a doença do tipo Plasmadium Vivax, que é um nível menos perigoso.
O comerciante contou ainda que sentiu fortes dores pelo corpo, teve febre alta e bastante dificuldade para diagnosticar a doença. Foram 23 dias correndo atrás de tratamento adequado e ele só conseguiu isso quando foi procurar ajuda no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, onde deu entrada no último dia 18.
“Rapidamente começaram o tratamento com primaquina e cloroquina (medicamentos antimaláricos recomendados pelo Ministério da Saúde), além de ingestão de bastante soro e repouso”, conta Altrei. E completa: “Fiquei internado durante uma semana no Guilherme Álvaro, fazendo tratamento e agora estou bem melhor. O tratamento continua durante 14 dias. Vou continuar tomando a primaquina e no pro dia 1º tenho retorno para saber se está tudo bem”.
Apesar de não saber com exatidão onde contraiu a doença, Altrei conta que, como não foi viajar, ele contraiu a malária na Baixada Santista.
”Eu tenho um sítio na área de Pilões. Eu fiz a trilha da usina. Uma trilha bastante conhecida na região de Cubatão. Depois de alguns dias, fiz uma pescaria no Porto de Santos. Então, ainda está definido o local”, diz.
Doença
A malária é uma doença infecciosa, transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, popularmente conhecido como carapaña, muriçoca, sovela, mosquito-prego ou bicuda.
De acordo com a diretora da superintendência do controle de endemias da Baixada Santista, Danaé Nogueira, o mosquito transmissor da doença só vive em matas. Por isso, ela acredita que o comerciante tenha contraído a malária enquanto fazia a trilha em Cubatão.
Para o médico infectologista Marcos Caseiro, a doença é rara da Baixada Santista. “Nós temos uns focos conhecidos aqui na região, principalmente na região do Vale do Ribeira, Itanhaém, Juquiá e Juquitiba. Em Bertioga, há três anos, tivemos 9 casos confirmados. Mas na região mais próxima, não tivemos mais casos nos últimos anos”, diz.
De acordo com o infectologista, esse mosquito vive na mata e tem um comportamento silvestre. “Provavelmente, os indivíduos que entram na Mata Atlântica fechada correm um risco maior de contrair essa doença”.
O médico completa afirmando que os sintomas da malária são, de maneira geral, muito semelhantes com os de outras doenças infecciosas. “O que chama bastante atenção na malária é justamente a febre alta, os tremores e calafrios”. O diagnóstico concreto da malária só pode ser concluído com a realização de exames, com a detecção do parasita. Para o médico não existe risco de surto da doença na região.
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