sábado, 21 de agosto de 2010

Rapazes e vaidade. Combinação que está dando o que falar

Jovem Jornalista
Créditos: Denise Barros
Valmir se preocupa mais com o cabelo. Já Wesley adora perfumes e acessórios




Há 50 anos seria algo espantoso ver um homem com sobrancelhas feitas ou usando algum tipo de hidratante para cuidar da pele. Os anos passaram e os hábitos da sociedade mudaram. Agora o homem não só pode, como deve se cuidar.

Muitas vezes o cuidado com a aparência começa cedo. O estudante de Jornalismo Dhyego Souza, 19 anos, passou a se cuidar mais quando tinha 13 anos.”Quando criança (dos 7 aos 12 anos) eu era bem gordinho, e após entrar para alguns clubes de futebol comecei a emagrecer. Com isso, passei a ter mais cuidado com o corpo e, consequentemente, com a aparência geral”.

As mudanças da adolescência transformam a percepção dos garotos em relação ao próprio corpo e fazem com que eles comecem a se cuidar cada vez mais. “Desde pequeno eu sempre me preocupava em não ser o ‘ogro’ e me cuidava, mas então fui crescendo e fiquei muito mais vaidoso do que era antes”, conta Valmir Vinicius Lopes Gonzaga de Jesus, 18 anos, que é colaborador de um site dedicado à música na Baixada Santista.Os cuidados não são dedicados apenas à forma física. Cabelo, pele e unhas não são esquecidos por Valmir. “Vou ao cabeleireiro de duas em duas semanas, faço as unhas, limpeza de pele, faço as sobrancelhas”.

Para Wesley Costa Cesário,19 anos, estar cheiroso também é algo importante. “Dou uma atenção especial aos perfumes e acessórios, embora não use muitos”.

A vaidade parece não influir intensamente no círculo social dos homens, tanto que eles têm conseguido fazer amizades com outros rapazes que não compartilham do interesse de se mostrarem sempre bonitos e arrumados. “A maioria é super relaxada e não liga para essas coisas”, relata Dhyego.

Mas o preconceito faz parte. Nem todos entendem que a vaidade não diminui em nada a masculinidade desses rapazes e acabam confundindo as coisas. “As pessoas não conseguem entender a diferença entre homossexual e metrossexual, então nos rotulam como se fôssemos gays e, em pleno século XXI, você não pode se cuidar”, conta Valmir.

O termo metrossexual surgiu na década de 1990 e é a união dos termos “heterossexual” e “metropolitano”. São homens das grandes cidades que dedicam uma parte do seu tempo para cuidar da própria aparência, seja por motivos óbvios, como conquistas amorosas, seja para progredir no emprego e concluir transações com mais agilidade.

Nem sempre o metrossexual sofre com o preconceito de quem não tem o mesmo capricho na hora de se preparar para sári. Muitos encaram bem as provocações. É o caso de Wesley. “Ouço sempre ‘olha a demora da noiva para se arrumar’, mas acho que não passa de brincadeira”.

O tempo que meninos como Dhyego e Valmir levam para se arrumar chega a se equiparar ao tempo gasto pelas meninas mais vaidosas. Os dois passam cerca de uma hora se arrumando, já Wesley consegue se preparar em menos tempo. “Não gasto mais do que 15 minutos. Já é o suficiente pra dar um ‘review’ no visual”.

Claro que para os homens mais vaidosos o exterior importa, mas para eles isso não representa tudo. “Considero a beleza importante, mas com cautela. Hoje temos vários exemplos de pessoas que são bonitas e não têm conteúdo. Penso que a beleza é algo que abre janelas, mas não é necessário ser bonito para se ter o mínimo de cultura. Então considero a beleza parcialmente importante”, opina Valmir.

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