Prédios contarão com tubulação especial para descarte de óleo

Meio ambiente

Uma parceria inédita na região permitirá que o óleo de cozinha usado seja descartado, em alguns condomínios, em uma tubulação específica para essa substância. A iniciativa evitará que o material seja jogado no ralo da pia e contamine a água. Com o acordo, firmado entre o Instituto Biosantos e a Construtora e Incorporadora Engeplus, todo prédio erguido pela construtora terá um duto na cozinha de cada apartamento para o despejo de óleo usado.

O duto leva o material à tubulação e, depois, a um recipiente com capacidade para 50 litros localizado no térreo de cada edifício. Posteriormente, é recolhido pelo Biosantos, entidade que já atua na coleta da substância na região. A iniciativa já está sendo adotada no Brasil e pelo menos um empreendimento na Baixada, em Praia Grande, possui um sistema de coleta seletiva do óleo.


"O duto de PVC é instalado ao lado do encanamento e cada apartamento possui uma saída. Não é nada extraordinário, é barato e não vai onerar as construções", afirmou o presidente do instituto, Roberto Coutinho. O primeiro empreendimento erguido com essa estrutura pela parceria, o Ilhas de Cozumel, fica na Rua Epitácio Pessoa, no Embaré, atualmente em fase de obras. Outros quatro prédios da Engeplus, em projeto, devem ser construídos nos próximos anos com o mesmo conceito. A construtora já trabalha comalgumas medidas para sustentabilidade dos edifícios que constrói, como a reutilização da água da chuva para lavagem das dependências.

"Isso estimula as pessoas a jogarem o óleo fora corretamente, sem ter de armazenar em um recipiente para depois descartar". disse Coutinho. O Biosantos levará o material periodicamente a usinas de biodiesel, para ser reaproveitado e transformado em combustível. O trabalho já é realizado em 1.380 condomínios e estabelecimentos comerciais em cidades da região. Nesses locais, os moradores descartam o óleo usado no recipiente de 50 litros e de uso comum. "Mas com o novo sistema, os condôminos não precisarão sair do seu apartamento para jogar o material fora".

No trabalho de reciclagem da substância, o instituto atua também com o projeto Gari do Óleo, da Cooperativa do Reciclador, em que cada cooperado passa esporadicamente em um bairro de Santos para o recolhimento do produto. Mensalmente são coletados 25 mil litros de óleo pelo Biosantos, mas Coutinho estima que a demanda na Baixada seja de 250 mil. Cada litro do produto contamina 25 mil litros de água se jogado no ralo da pia ou no sanitário.