Perigo no mar
O Litoral Norte tem 89 salva-vidas fixos para garantir a segurança dos banhistas. Considerando as 150 praias da região, entre São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba, se os homens fossem igualmente distribuídos em todas os pontos, cada bombeiro do salvamento marítimo seria responsável por quase duas praias. No entanto não é nem isso o que acontece.
Nos 230 quilômetros de extensão de costa há trechos que não contam sequer com o serviço. Isso porque segundo o comandante do salvamento marítimo do Litoral Norte, capitão Igor Sergei Klein, fora da temporada existem praias que ficam praticamente desertas, o que resultaria num efetivo inerte a maior parte do tempo. "Mas não é impossível ter afogamentos", admite. Conforme Klein, os homens do Corpo de Bombeiros dedicados a esse trabalho estão fixados apenas nas praias com mais ocorrências. "A experiência mostra que se distribuirmos esse efetivo para outras praias, corremos o risco de aumentar o número de óbitos".
Em Ilhabela, por exemplo, não há salva-vidas fixos. A exceção é o verão, quando o número de banhistas aumenta muito e salva-vidas temporários são contratados. Para o período entre dezembro de 2010 e o Carnaval deste ano, o Município conta com quatro homens. Nas outras cidades, o grupo também é reforçado. São 34 homens a mais em Ubatuba, 37 em Caraguatatuba e 38 em São Sebastião. Somados aos 89 fixos das três cidades, e quatro temporários de Ilhabela, são 202 salva-vidas durante todo o verão. E, neste período, trabalho não falta para os profissionais espalhados pelas praias.
Da Jureia, Barra do Una, Juquehy, Camburi, Boiçucanga, Maresias, Guaecá, Grande e Cigarras, em São Sebastião; Coconha, Martim de Sá, Prainha, Indaiá e Flecheiros, em Caraguatatuba; Maranduba, Toninhas, Praia Grande, Tenório, Perequê Açu, Vermelha do Norte e Itamambuca, em Ubatuba; e Armação, Curral, Perequê e Grande, em Ilha bela. Questionado se o total de homens era suficiente para atender uma faixa tão grande do litoral, Klein respondeu com uma pergunta: "quando se trata de preservar vidas humanas, o que é suficiente? É óbvio que gostaríamos de ter um efetivo maior. Eu queria ter um verdadeiro exército".
Resgates
Apesar do tamanho do grupo, o número de salvamentos no Litoral Norte chama atenção. Entre 2008 e 2010, 13 pessoas a cada ano morreram vítimas de afogamento. Em compensação, em média mais de 700 banhistas a cada período foram salvos. No Réveillon, por exemplo, quando foram registrados 28 mortes em todo o litoral paulista, nenhuma delas ocorreu no Litoral Norte.
O único caso da região, um homem que desapareceu de noite na Praia das Toninhas, em Ubatuba, e foi encontrado por um pescador próximo a Ilha das Cabras, não pode ser incluído nas estatísticas de afogamentos. Isso porque a Polícia ainda vai investigar as causas da morte. Segundo Klein, a explicação para o número baixo de ocorrências entre 31 de dezembro e 2 de janeiro, apesar do grande volume de turistas no Litoral Norte, pode estar relacionada com muitos fatores. Entre estes apontou a chuva, as condições do mar e o comportamento dos banhistas. "A impressão geral que dá é que o público que frequenta o Litoral Norte (em comparação ao Litoral Sul) é mais consciente. São pessoas que talvez estejam mais acostumadas com a praia", supõe o capitão.
Conforme o capitão Igor Sergei Klein, além do elevado volume de banhistas, os quiosques instalados na praia facilitam o consumo de alimentos, álcool, e as condições da praia também não favorecem. Por isso tantos afogamentos. "Há muita corrente de retorno nesta praia", o que aumenta a possibilidade de afogamento. Assim, o maior efetivo dos salva-vidas de Ubatuba fica neste trecho, que conta ainda com um posto fixo de salvamento.
Além dela, outras praias apontadas pelos bombeiros como perigosas são Maresias, Camburi e Guaecá, em São Sebastião, Toninhas, Tenório e Itamambuca, em Ubatuba, e Martim de Sá, em Caraguá. Em Toninhas, por exemplo, Klein explica que uma alteração no solo arenoso observada nos últimos anos aumentou as correntes de retorno e tornou o ponto mais perigoso para os banhistas. Em Ilhabela, a incidência de afogamento é bem pequena. Isso porque as condições físicas da praia não propiciam muito risco "e o público é mais consciente". Mesmo assim, Klein adverte que não existe praia sem risco de afogamento.
Dicas
O capitão dos bombeiros diz que ao contrário do que se pensa, os pontos em que há ondas não são os mais perigosos para o banho de mar. Comenta que o comportamento da vítima também faz diferença na hora do resgate. "Quanto mais a vítima se estressa e tenta se livrar, mais ela entra no que chamamos de escalada, perde a energia e afunda. O ideal é se manter calmo e flutuar", aconselha.
Para resgatar as vítimas de afogamento, os bombeiros contam com flutuadores, pranchas, 22 botes e seis jet ski. Distância e condições do mar determinam qual a melhor ferramenta. Os salva-vidas têm ainda o apoio de dois helicópteros Águia.
Nos 230 quilômetros de extensão de costa há trechos que não contam sequer com o serviço. Isso porque segundo o comandante do salvamento marítimo do Litoral Norte, capitão Igor Sergei Klein, fora da temporada existem praias que ficam praticamente desertas, o que resultaria num efetivo inerte a maior parte do tempo. "Mas não é impossível ter afogamentos", admite. Conforme Klein, os homens do Corpo de Bombeiros dedicados a esse trabalho estão fixados apenas nas praias com mais ocorrências. "A experiência mostra que se distribuirmos esse efetivo para outras praias, corremos o risco de aumentar o número de óbitos".
Em Ilhabela, por exemplo, não há salva-vidas fixos. A exceção é o verão, quando o número de banhistas aumenta muito e salva-vidas temporários são contratados. Para o período entre dezembro de 2010 e o Carnaval deste ano, o Município conta com quatro homens. Nas outras cidades, o grupo também é reforçado. São 34 homens a mais em Ubatuba, 37 em Caraguatatuba e 38 em São Sebastião. Somados aos 89 fixos das três cidades, e quatro temporários de Ilhabela, são 202 salva-vidas durante todo o verão. E, neste período, trabalho não falta para os profissionais espalhados pelas praias.
Da Jureia, Barra do Una, Juquehy, Camburi, Boiçucanga, Maresias, Guaecá, Grande e Cigarras, em São Sebastião; Coconha, Martim de Sá, Prainha, Indaiá e Flecheiros, em Caraguatatuba; Maranduba, Toninhas, Praia Grande, Tenório, Perequê Açu, Vermelha do Norte e Itamambuca, em Ubatuba; e Armação, Curral, Perequê e Grande, em Ilha bela. Questionado se o total de homens era suficiente para atender uma faixa tão grande do litoral, Klein respondeu com uma pergunta: "quando se trata de preservar vidas humanas, o que é suficiente? É óbvio que gostaríamos de ter um efetivo maior. Eu queria ter um verdadeiro exército".
Resgates
Apesar do tamanho do grupo, o número de salvamentos no Litoral Norte chama atenção. Entre 2008 e 2010, 13 pessoas a cada ano morreram vítimas de afogamento. Em compensação, em média mais de 700 banhistas a cada período foram salvos. No Réveillon, por exemplo, quando foram registrados 28 mortes em todo o litoral paulista, nenhuma delas ocorreu no Litoral Norte.
O único caso da região, um homem que desapareceu de noite na Praia das Toninhas, em Ubatuba, e foi encontrado por um pescador próximo a Ilha das Cabras, não pode ser incluído nas estatísticas de afogamentos. Isso porque a Polícia ainda vai investigar as causas da morte. Segundo Klein, a explicação para o número baixo de ocorrências entre 31 de dezembro e 2 de janeiro, apesar do grande volume de turistas no Litoral Norte, pode estar relacionada com muitos fatores. Entre estes apontou a chuva, as condições do mar e o comportamento dos banhistas. "A impressão geral que dá é que o público que frequenta o Litoral Norte (em comparação ao Litoral Sul) é mais consciente. São pessoas que talvez estejam mais acostumadas com a praia", supõe o capitão.
Conforme o capitão Igor Sergei Klein, além do elevado volume de banhistas, os quiosques instalados na praia facilitam o consumo de alimentos, álcool, e as condições da praia também não favorecem. Por isso tantos afogamentos. "Há muita corrente de retorno nesta praia", o que aumenta a possibilidade de afogamento. Assim, o maior efetivo dos salva-vidas de Ubatuba fica neste trecho, que conta ainda com um posto fixo de salvamento.
Além dela, outras praias apontadas pelos bombeiros como perigosas são Maresias, Camburi e Guaecá, em São Sebastião, Toninhas, Tenório e Itamambuca, em Ubatuba, e Martim de Sá, em Caraguá. Em Toninhas, por exemplo, Klein explica que uma alteração no solo arenoso observada nos últimos anos aumentou as correntes de retorno e tornou o ponto mais perigoso para os banhistas. Em Ilhabela, a incidência de afogamento é bem pequena. Isso porque as condições físicas da praia não propiciam muito risco "e o público é mais consciente". Mesmo assim, Klein adverte que não existe praia sem risco de afogamento.
Dicas
O capitão dos bombeiros diz que ao contrário do que se pensa, os pontos em que há ondas não são os mais perigosos para o banho de mar. Comenta que o comportamento da vítima também faz diferença na hora do resgate. "Quanto mais a vítima se estressa e tenta se livrar, mais ela entra no que chamamos de escalada, perde a energia e afunda. O ideal é se manter calmo e flutuar", aconselha.
Para resgatar as vítimas de afogamento, os bombeiros contam com flutuadores, pranchas, 22 botes e seis jet ski. Distância e condições do mar determinam qual a melhor ferramenta. Os salva-vidas têm ainda o apoio de dois helicópteros Águia.
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