Cada coco custa R$ 3, além da cocada que é vendida pelo mesmo valor.
Mesmo em reforma, local é o mais frequentado de Santos, no litoral de SP.
Atualmente o local está em obras e, mesmo assim, fica lotado
(Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)
Alcançar a realização profissional vendendo cocos na praia é um privilégio para poucos. Para o comerciante José Costa dos Santos, conhecido como Zé do Coco, este trabalho lhe deu a possibilidade de ter o carro próprio, morar em um apartamento em frente à praia, formar duas filhas na faculdade e viajar em férias duas vezes por ano. Mas Zé do Coco garante que tudo foi alcançado com muito suor. Apesar de conseguir vender até 3.500 cocos por dia durante o verão, o comerciante não abre mão de trabalhar quase 15 horas diariamente para manter o point mais badalado de coco na cidade de Santos, no litoral de São Paulo.
José dos Santos veio de uma família de 14 irmãos do interior de Sergipe. Estudou até a 8º série e, aos 17 anos de idade se mudou para São Vicente para começar uma nova vida. “Na época eu empurrava um carrinho de coco nas praias, também trabalhei em uma lanchonete, foi muito difícil, eu não tinha dinheiro para nada. Morava com meu irmão em um bairro simples e longe em São Vicente, tinha que vir para a praia de ônibus”, relembra o comerciante.
Aos 25 anos de idade a sorte de Zé do Coco começou a mudar, ele conseguiu abrir um quiosque na orla da praia de Santos, e desde então se consolidou como um dos maiores vendedores de coco da região. “Na verdade eu demorei uns 10 anos para sair da pindaíba, mas aos poucos vamos conquistando clientes. Porém, não me considero só uma pessoa de sorte, o nome disso é trabalho, ralação e suor, não sorte”, diz.
Apesar de não gostar de falar sobre dinheiro, Zé do Coco revela os números de vendas. “No verão chego a vender 3.500 cocos por dia, já no inverno, são aproximadamente 1.000 por dia. Cada coco é vendido por R$ 3. Além disso, também produzimos cocadas, que são uma delícia, vem gente de outros países procurar a nossa cocada”, afirma Zé do Coco. A cocada também é comercializada pelo mesmo valor.
Comércio funciona todos os dias da semana
(Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)
O negócio cresceu tanto que Zé comprou um terreno onde construiu um depósito com capacidade para 20 mil cocos. “No depósito tem duas câmeras frigoríficas para armazenar os cocos, o caminhão para transportar de lá até o quiosque e alojamento para os meus funcionários”, conta. O comerciante tem quatro funcionários, ainda conta com a ajuda das duas filhas e da ex-mulher no negócio. Além disso, o próprio não deixa de trabalhar um dia sequer.
O estabelecimento funciona todos os dias da semana, das 7h até aproximadamente 2h, dependendo do movimento na madrugada. Aos 50 anos de idade, Zé do Coco ressalta que não cansa nunca e, que nem pensa na possibilidade de se aposentar. “Nem penso em diminuir a carga de trabalho. Me considero um vencedor, ganhei um mais que um prêmio da mega-sena, conquistei o que tenho com muito trabalho, o que é bem melhor”, finaliza Zé do Coco.
Comerciante afirma que trabalha cerca de 15 horas por dia
(Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)
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