quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Artista transforma restos de navio em móveis e objetos de arte para casa



Praticante de canoagem já encontrou diversas peças após ressacas.
Com madeira de barcos fez um móvel e já achou até o osso de uma baleia.

Fonte:Tv Tribuna
Artista plástico usou pedaços de casco de barco para montar um móvel da sala (Foto: Mariane Rossi/G1)

A paisagem da janela do quarto improvisado do artista plástico Eduardo Di Vizio lhe inspira a transformar peças vindas do mar. Ele decora sua casa com peças esculpidas pela natureza e que ganham o toque especial de um apaixonado pelo mar e pela arte.
Paulista de nascença, mas santista de coração, o artista plástico de 46 anos conta que há pouco mais de dois anos tem o mar a sua disposição, já que mora em um apartamento em frente para a praia. Ele diz que desde sua adolescência gosta de viajar e conhecer cidades litorâneas e depois que começou a remar em canoas havaianas e passear por outras praias próximas a Santos, há 8 anos, passou a encontrar e trazer peças que encontra na praia para a sua casa.
“Às vezes é um tronco que vai ser jogado fora e você não dá valor”, diz ele, sobre uma das peças de madeira de aproximadamente dois metros que faz parte da decoração do lugar e que foi encontrada após uma ressaca. Um pequeno pedaço de madeira que ainda carrega resquícios de mariscos se tornou um objeto de decoração na mesa da sala. Junto dele, há corais e conchas de uma ex-namorada e outro pote de madeira que foi resgatado na praia e que ele transformou em um cinzeiro.


Artista plástico e seu filho mostram osso de baleia retirado em última ressaca em Santos, SP (Foto: Mariane Rossi/G1)
Artista plástico e seu filho mostram osso de baleia
retirado em ressaca (Foto: Mariane Rossi/TvTribuna)
Há cerca de dois anos, ele acordou pela manhã e foi olhar o mar. De longe, ele reparou que após a ressaca o mar tinha trazido vários objetos para a praia. Entre eles, um grande pedaço de madeira. Naquela hora, vários curiosos estavam em volta do grande objeto e o artista resolveu ver de perto do que se tratava. “Eu peguei a peça inteira. Era o casco de um barco. Daí chamei várias pessoas pra me ajudar a trazer pra casa. Foram uns 8 homens e ainda outros que eu chamei no meio da rua”, conta ele.
Di Vizio utilizou os restos do barco para fazer uma bancada para sua casa. Ele não modificou a cor e nem a textura da madeira, que continuaram como estavam, desgastados por conta dos efeitos da água salgada do mar. O artista retirou os pregos que estavam pendurados, cortou a madeira em pedaços e foi montando uma mesa do modo que desejava. Algumas gavetas que ele já tinha em casa foram colocadas no móvel e uma espécie de alça, original do barco, foi mantida.
Di Vizio acredita que os restos de madeira pertenciam a um barco pesqueiro que bateu em um local conhecido como ‘Ponta Grossa’, que fica entre a Ilha das Palmas e a praia do Saco do Major, próximo a Guarujá. O acidente teria acontecido dias antes dos restos aparecerem na Ponta da Praia, em Santos.
O artista ainda possui em sua casa um lustre feito com correntes e cordas de um barco, um remo que foi feito da mesma madeira que a bancada e uma corrente de outro navio, que serve como peça decorativa para o apartamento.


Como pratica um esporte que tem como cenário principal o mar, ele acredita que desenvolveu essa observação e o gosto por essas peças por estar sempre em contato com esse bem natural. “Vou três ou quatro vezes por semana remar. A gente acaba se integrando mais com o mar”, diz ele, que há pouco tempo trouxe um pouco do seu hobby para sua profissão. Di Vizio confecciona remos em madeira e tem uma pequena oficina dentro de casa, onde confecciona o material e também faz suas criações.
O mais novo trabalho também veio de uma ressaca em setembro. Um grosso pedaço de madeira e um objeto, que o artista acredita ser um osso de uma baleia, foram encontrados na Ponta da Praia. Ele e seu filho, Victor Di Vizio, de 18 anos, recolheram os objetos e agora pretendem transformar as peças em arte. “Eu acho importante as pessoas aproveitarem essas coisas do mar e também criar uma consciência sobre isso”, finaliza.

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